16 de dezembro de 2015

Vi-te às 2h34

E perdi-te 20 minutos depois.
Não estavas sozinho. Nunca estás. Mas também nunca procuras companhia. Só a minha.
Vi-te pelo canto do olho.
E não te vi mais de perto porque não estavas sozinho. Porque procuras ocupar-te. Porque vives com medo do que podes encontrar se ficares sem as vozes que te enchem os dias.
Eu sei que só gostas de estar sozinho comigo. Eu sei que gostas de me ouvir. De me ver sorrir e de me ensinar a morar (n)a tua casa. Na casa que só é minha quando estás sozinho.
Temos tanta necessidade de estar nesta solidão. Eu contigo e tu comigo. De te adivinhar no silêncio que nos cabe entre os dedos. De te ver ao longe quando descansas a cabeça no meu colo.
E então diz-me. O que descobriste? O que me queres tanto mostrar? Sei que me procuras quando queres estar contigo.  Quando a solidão já te abraçou e só é confortável neste colo e nestes braços que tanto te tiveram.
Perdi-te no meio de mim e no silêncio que nos aquecia as noites frias. 20 minutos, para te perder? Uma noite inteira, outra e tantas mais, digo eu.