10 de outubro de 2015

este coração de passarinho

Não te consigo explicar.
E muito menos entender.
Estás sempre por perto. O teu perfume. O cheiro que só descobri em ti e que agora parece tão comum. Os arrepios que me causas e os sorrisos também. Eu sei, devia guardar-te rancor. Ou nem por isso.
Afinal, não te consigo explicar. Não te consigo explicar às minhas amigas e elas não iriam entender que me deixei ir na conversa de alguém com uma voz tão pequenina quando sempre fui de conversar até de madrugada. Às vezes nem eu sei bem se me apaixonei por ti ou pelo teu jeito comigo, por saberes exactamente de mim e dos meus cantos tão desarrumados.
Sinto que estás mesmo aqui ao lado quando acordo sobressaltada a meio dos sonhos que tenho contigo. Com a nossa história. Como fomos felizes dentro de quatro paredes, bem aconchegados entre lençóis e abraços que ainda hoje não acabaram. Não te consigo deixar fugir e ainda menos esquecer-me de ti. A beleza que vi em ti, a maneira como sorrias e semi-cerravas os olhos. Quando me puxavas para dançar e no minuto seguinte estavas bem longe a cantar as palavras bonitas que me sussurravas ao ouvido.