13 de agosto de 2011

"O problema do amor é que nunca aprendemos nada com ele. Nem sequer aprendemos a esquecer quando a vida não nos aponta mais nenhum caminho. Amei-te durante mais tempo do que devia, não só por teimosia, mas para não ficar com o coração vazio. Pensava eu que se deixasse de te amar, murcharia como uma flor sem água, exposta a um sol impiedoso que é a vida de todos os dias.
Estava errada. A secura, afinal, era tua e nunca sequei por não me amares, ou pelo menos, não me amares da mesma maneira. Descobri isso quando deixei de ter saudades do teu corpo na minha cama e das tuas mensagens tardias no telemóvel que me alimentavam nas manhãs solitárias. Às noites de sono fugidio e sobressaltado seguiram-se as de descanso profundo, com a certeza de que o dia seguinte seria sempre mais fácil. E sei que não é isto o esquecimento, porque esquecer alguém é como enterrar um parente e eu nunca te enterrei no meu coração, apenas te empurrei para um canto pequeno que já não pesa nem dói, uma espécie de pequena cicatriz que, agora sei, não mais voltará a abrir.
Quem disse que devemos acabar com as coisas antes que as coisas acabem connosco? Nunca quis acabar nada, mas agora que já durmo em paz e gozo a vida, deitada ao sol a carregar baterias, porque sei que a água nunca me há-de faltar, sinto-me muito mais feliz do que quando ainda sonhava com um futuro possível contigo.
O amor é muito mais do que o amor que nos ensinaram nos livros. É para dar e receber, é para usufruir sem pensar, é para apreciar sem agradecer. O amor está antes e depois de tudo, nunca se esquece nem se apaga, porque há sempre uma nova forma de o viver.
É claro que tu já sabes o que te digo. Por isso, as minhas palavras ficam espalhadas no ar e serão, como sempre, apanhadas por quem quiser ficar com elas, como quem atira setas de pontas de borracha sem alvo determinado, esperando que elas cheguem a um lado qualquer."

28 de maio de 2011

"- Nunca gostaste tanto de alguém, ao ponto de chorares por teres esse alguém contigo? Por achares que é tudo demasiado (ir)real e teres, de certo modo, dificuldade em acreditar no que estás (ou não) a viver? Chorar a felicidade? Saboreá-la, até as lágrimas correrem no coração e teres a sensação que, só por isso, ele está cheio, a transbordar?"


10h08
Gosto de te ver dormir. Gosto do teu cabelo aos caracóis. Gosto de tudo o que conheço de ti e sei que vou gostar também do que não conheço. Gosto de te ter aninhado a mim e dos teus beijinhos na testa sempre que vais p'ra longe. Gosto que me faças escrever apaixonada e que me continues a apaixonar.
Gosto de te ver dormir, comigo, na nossa casa do coração. Gosto, gosto de ti!