29 de outubro de 2014

Despir-te.
Tirar-te o cansaço que te pesa a alma.
Sentados no chão, sem pressas.
Qualquer um é mais feliz e genuinamente puro quando não tem a noção do tempo.
E cem palavras, sem falar.
Todos os dias.

Agora vem. Vem acender-me o cigarro que me mata aos poucos. Vem sentar-te aqui, onde o chão é frio e, ainda assim, te aquece mais do que qualquer palavra minha. Vem ficar aqui onde, em silêncio, conversamos como ninguém. Vem sorrir aqui para perto. Passa-me a mão pelo ombro e sorri. E depois fica.

Fica e despe-me.
Tira-me o cansaço que há tanto tempo me engoliu.
Senta-te bem perto e não digas nada. Não digas mais nada.